sexta-feira, 17 de agosto de 2012

É possível surfar num tsunami?



Até daria para encarar essa loucura, mas é melhor não tentar. O principal problema nem é o tamanho da onda: nos picos de Mavericks e Jaws, na Califórnia e no Havaí, as ondas quebram com até 21 metros, o dobro do tamanho do tsunami que varreu o Sudeste Asiático no fim de 2004. O perigo é a força da onda mortal. Sua velocidade chega a 800 km/h e o volume de água que ela carrega é gigantesco. Além disso, o tsunami não tem aquela estrutura curvada e nem quebra como uma onda comum. Isso dificulta as manobras dos surfistas. "Tecnicamente, dropar um tsunami seria parecido com surfar uma pororoca, a onda oceânica que invade os rios amazônicos na época das grandes marés. Mas o risco de um acidente é bem maior", diz o geógrafo Willem de Lange, da Universidade de Waikato, na Nova Zelândia. Para começar, a pororoca tem hora exata para ocorrer - o tsunami, não. Além disso, a onda mortal é 20 vezes mais rápida e arrasta muito mais detritos. Mesmo assim, tem quem toparia cair na água no meio de um maremoto. "Basta estar na hora exata, no lugar exato, e contar com equipamentos adequados, como apoio de jet ski e helicópteros. Mas qualquer erro pode ser fatal", afirma o jornalista e surfista Sérgio Laus, que surfou sete vezes a pororoca.

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